PRAGMATISMO .
Não basta dar os passos que nos devem levar um dia ao objectivo, cada passo deve ser ele próprio um objectivo em si mesmo, ao mesmo tempo que nos leva para diante (Goethe Johann)
Omitindo nomes de intelectuais, deverá dar-se realce em especial a homens políticos que foram abordados para
colaborarem nesta tarefa encetada por Ana Elisa. Foram algumas centenas que através de carta, pessoalmente ou com intermediários, apresentaram suas concordâncias, seus sorrisos e dedicados esforços... nem sequer da parte daqueles que Ana Elisa frequentou suas casas e foram alguns, deram um passo para colaborar neste seu projecto.
Não foi de facto pragmática, foi antes objectiva porquanto nas suas deslocações, por exemplo, à assembleia da república, antes ou depois de estabelecer o contacto com ministro, secretário de estado, assessores, etc., procurava com objectividade pessoas que frequentavam o local e lhes entregava documentos inerentes ao seu «processo».
Como se disse, não se pessoaliza aqui alguém, mas deve-se referenciar que Ana Elisa estabeleceu contacto directo com três presidentes da república, quatro primeiros ministros, dezenas de ministros e secretários de estado, familiares directos de muitos dos citados, etc..
Imagine-se essa semelhança entre esses cavalheiros da política e Sua Santidade João Paulo II. A carta que lhe
endereçou, obteve resposta de incentivo em cerca de 45 dias !!!
Numa das suas cartas/rascunho, aparece em suas modestas palavras um desabafo dos dirigido aos intelectuais,
especialmente políticos. Nela exprime uma frase bastante enraizada no seu constante sofrer por promessas nunca satisfeitas.
"Esses políticos intelectuais, são homens que dizem uma coisa simples por maneiras difíceis enquanto eu digo
coisas que parecem difíceis de uma forma simples".
Na qualidade de seguidor da obra de minha Mãe e com as mesmas humildes e objectivas palavras expresso um lamento mas também um alerta junto dos responsáveis políticos da sua terra.
Em Março de 2003 foi agraciada com a medalha de prata pela edilidade local. Aceitou com todo o respeito essa
condecoração, mas em desabafo particular, entendia que outra e mais significativa homenagem lhe deveria ser feita. Também acho que sim. Poucos meses decorreram e Penafiel vê o seu nome ligado a este facto histórico, cujo noutro país teve uma relevância nacional. Refiro ao mesmo ideal que Mirian McQuade realizou nos anos setenta nos Estados Unidos da América e após sete anos viu esse dia consagrado e mais tarde é chamada a representar e dirigir organismos de carácter social entre idosos.
Ana Elisa faleceu em Novembro de 2007. Tem seu nome gravado numa hermeta, no lindo parque da cidade onde anualmente se realiza a grandiosa festa do Dia Nacional dos Avós e sempre lhe é prestada homenagem por responsáveis civis e religiosos.
Mas... algo deverá ser relevado a este grandioso feito da cidadã Ana Elisa Couto. É opinião geral de que seu nome deveria perpetuar numa rua ou avenida em sua terra natal, Penafiel, a terra que amava, muito escreveu e versou.
Para amar Penafiel Eu só digo bem de ti
Não é preciso ter jeito És berço que me embalaste
Abre-se a porta da alma Fui crescendo e aprendi
Os versos saem do peito. Penafiel, me ensinaste.
Agradeço todas as dificuldades que enfrentei;
não fosse por elas, não teria saído do lugar.
As facilidades nos impedem de caminhar.
Mesmo as críticas no auxilio, aceitei.