Ana Elisa Couto, (1926 - 2007), nascida na mui nobre, velhinha e amada cidade de Penafiel, filha de humildes e generoso proprietários, era dos mais novos de 9 irmãos, cujos, aos mais velhos tratava com deferência. Educada com os modos da benevolência e humildade de sua mãe, com a compreensão e generosidade de seu pai e sabiamente orientada nos seus anos de escolaridade (02), proporcionaram a Ana Elisa uma perfeita simbiose de estar muito atenta aos problemas da sociedade e desse modo tentar contribuir no sentimento da contemporanidade humana. Extremosa mãe e esposa de respeitável militar(03), durante sua vida em tudo contribuiu na ajuda ao próximo, sendo por tal muito querida no seio de quem diariamente consigo convivia. As vicissitudes da vida fizeram com que muito sofresse pela saudade de quem amava(4), contudo, talvez devido a esses sofrimentos, ainda mais sentiu ser necessário desenvolver algo que lhe estava na alma dando um tanto de seu amor a quem estivesse carente na harmonia do lar, cujos filhos, infelizmente, por vezes, parecem ser estorvo para a plena satisfação do consumismo e materialização do supérfluo. Esses sentimentos conjuntamente com a intolerância que evidenciava no seu dia a dia devido aos horrores sociais aparentes, eram sempre realçados com tristeza (*04)nas suas poesias ou textos que publicava.
Originais de Ana Elisa Couto em 1969 / 1970
Após ser avó de 3 netas e com a mais velha a conviver muito consigo onde lhe incutia ensinamentos de humildade, respeito para a vida futura e a orientava na compreensão pelo próximo. Foi com essa menina, (Iva Juliana) nome por si escolhido que pela primeira vez se dirigiu publicamente, através da radiotelevisão portuguesa, decorria o ano de 1986, ao tema que a fazia já andar de lado para lado, procurando que se pudesse oficializar um dia consagrado aos avós portugueses e outras partes do mundo. Alguns anos antes, partilhou com uma senhora da rádio (Olga Cardoso) a quem visitava nos estudios da RR., e muito já se tinha referido sobre esse sonho que acalentava e cada vez mais alimentava. Tornaram-se amigas pois as visitas eram constantes aos citados estudios e retribuição de visitas a sua casa. A realidade sobre a futura responsabilidade dos avós perante os netos, em Ana Elisa já era patente, notava que a sociedade caminhava para o esquecimento dos princípios com que fora educada e orientada.
(02) - Pais de Ana Elisa (03) - Ana Elisa e Marido (04) - Filho Dilermando
No início da década de 1990, começaram a comemorar-se na cidade de Penafiel em 26 Julho o Dia dos Avós. Numa das suas intervenções públicas junto de muitos jovens estudantes, Ana Elisa Couto, expressando-se com palavras fluentes mas sábias, disse que sempre se iria sentir com forças e enorme vontade para os incentivar a saberem ouvir seus avós, pois são portadores de muita sabedoria, unicos e bons contadores de histórias, excelentes conselheiros e muito carentes de suas atenções. Continuava. _ A nossa missão não é decifrar enigmas de uma criança mas sim estarmos conscientes da sua existência, inclinarmo-nos perante eles e também prepararmos o olhar para o prazer e maravilha que eles são!.Se a minha determinação exigir mencionar inovações, dir-vos-ei que me orgulho de ter conseguido o mérito da oficialização do nosso Dia Nacional dos Avós. Permitam-me de vos dar incentivo à prática, muitas vezes arcaica, do nosso jeito ao tratar um neto e a forma de lhes dizer palavras reconciliatórias de alegria e harmonia, resgatadas pelo amor eterno e que deve ser recíproco. Todos sabemos que as crianças, os netos,necessitam que lhes proporcionem um ambiente familiar estável. A realidade concreta quotidiana mostra, no entanto que sendo gratificante para um casal, a vida torna-se penosa, pesada e frustrante, o que origina, por vezes, dramas familiares até à separação e eles serão sempre as maiores vítimas, devido à falta de amor e solidariedade fraterna. À certas coisas tão importantes que só nós avós sabem descobrir porque a felicidade multiplica-se quando se divide. A vida que vivemos e damos a partilhar, será melhor ou pior se formos melhores ou piores. Quando amamos, sempre desejamos ser melhhor do que somos.
Prezados Jovens, termino citando:
Que o fogo do amor arda em nossos corações; Que o fogo da transformação arda em nossos gestos; Que o fogo da purificação queime nossas culpas; Que o fogo da justiça conduza nossos passos; Que o fogo da sabedoria ilumine nossos caminhos.
D.Ana Elisa do Couto foi agraciada por ter colaborado neste colóquio com os jovens estudantes e todo o texto de suas palavras, serviu para um teste literário !!! A partir desse dia recebeu muitos convites de associações culturais. Era o verdadeiro início de um quase calvário para esta sua luta de consagração para os avós de Portugal.